o querer da atenção e o manifesto da não-volta

LUA
2 min readDec 23, 2023

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28.11.23 02:10
quero por perto quem repara e tem olhar atento quando se está junta
quem fala de si por partilha mas também tem escuta de peito aberto
mostra intenção para saber de volta
quem me toca o coração com os dedos e com as flechas do olhar
(muito me têm os olhares)
quero entregar a atenção e compreensão que anseio terem comigo
acolher reciprocidade quando sentida e entender reciprocidade quando não vista nos meus termos (às vezes não a visualizamos porque não é entregue como queríamos. isso não necessariamente significa não ter ternura)
e que seja presente enquanto desejo e não (apenas) conveniência
tengo un corazoncito entretenido y estraño
disposição e ação mal ajeitados. às vezes penso: gostaria de fazer mais por onde, mas não sei como ou se devo ou se quero. então aceito presença aqui e teço com carinho e muito cuidado ali em prol do não sufoco (alívio) e aterramento interpessoal
vontade de fazer acontecer sem ter certezas de minhas bases não falta mas aí que corre o perigo
e eu corro pra mais perto
grata por ver o que faço quando faço e a façanha na prática reconhecida
é amor de amor de fazer acontecer e talvez com um pouco de certeza das minhas bases e atenção crítica as reações: reações primárias e reações ações responsabilizadas em si
construo aqui e vou tateando com os dedos ali dedos das mãos dos pés e uma venda fina nos olhos
sorrio e sorrio muito nesse caminho espero me orgulhar do que faço pela intenção que faço e pelo espírito esportivo
não regresso e sigo sempre sentindo
sentindo muito
manifesto e prometo aqui a não-volta

“eu que não volto pra longe de mim”

esse texto fala de expectativas relacionais e não-monogamia.

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